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Reforma Tributária Não Terá Votação Adiada, Diz Lira
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Segundo Arthur Lira (PP-AL), a proposta de simplificação tributária será submetida a votação em dois turnos ainda nesta quinta-feira.
- Por Anderson Santos
- 06/07/2023 20h58 - Atualizado há 1 ano
Nesta quinta-feira (6), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que não considera adiar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária.
Lira chegou à Casa momentos antes do horário estabelecido para iniciar a votação.
"Não há possibilidade de adiar a votação. Nós entendemos que esse tema está seguro, já está bastante discutida. Não há nenhuma plausibilidade no pedido de adiamento, porque quem está aventando essa possibilidade, eu não creio que irá votar a favor do tema. Nem agora nem agosto", declarou Lira.
A expectativa é que o texto-base da PEC seja votado em primeiro turno ainda hoje, seguido pela análise dos destaques, que são possíveis modificações no conteúdo da reforma. Para ser aprovada, a proposta precisa alcançar, em cada turno, no mínimo 308 votos favoráveis dos deputados.
Lira tem trabalhado em conjunto com o relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para buscar acordo e superar resistências em relação ao texto. Ribeiro já apresentou algumas sinalizações de possíveis mudanças na proposta durante a discussão na noite de quarta-feira (5), sendo considerado uma "versão preliminar".
O presidente da Câmara espera que os deputados possam chegar a um "texto médio" e acredita na possibilidade de uma votação expressiva para repercutir o trabalho realizado. Lira também ressaltou que, caso a PEC seja aprovada em primeiro turno, ela seguirá para o Senado, onde passará por um amplo debate e poderá sofrer modificações antes de retornar à Câmara.
Lira enfatizou a importância de se obter os votos necessários para aprovação da reforma, destacando que isso seria motivo de comemoração para a Câmara. Caso contrário, ele considera que seria mais uma tentativa perdida pelo Brasil.
Bolsonaro
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, revelou que não recebeu uma posição oficial do partido PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, que possui a maior bancada na Casa, com 99 deputados.
Bolsonaro tem pressionado os membros do partido para se oporem à votação da reforma tributária ou, pelo menos, para adiá-la.
No entanto, Lira afirmou ter sido informado por parlamentares que o partido provavelmente orientará seus membros a votarem contra a PEC, sem impor uma posição fechada, o que permitiria que os deputados escolhessem apoiar a proposta sem sofrer punições partidárias.
Questionado se havia conversado com Bolsonaro, que se manifestou contra o texto, Lira revelou que enviou uma mensagem, mas não obteve resposta. Ele afirmou: "Enviei uma mensagem, não recebi resposta. Não liguei, não consegui falar".